Memória de Santa Ana e São Joaquim, Dia dos Avós

Nesta sexta-feira, 26 de julho, a Igreja celebra os santos Joaquim e Ana, avós de Jesus

Ao longo de seus 11 anos de pontificado, Papa Francisco tem sublinhado a importância dos idosos na sociedade e a necessidade de valorizar sua sabedoria e experiência, além de combater a cultura do descarte.

A memória dos santos Joaquim e Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, que a Igreja celebra neste dia 26 de julho, representa um forte testemunho e um chamado a refletir sobre a importância dos avós nos dias de hoje. Este tema tem sido frequentemente abordado pelo Papa Francisco, especialmente no que se refere ao diálogo entre as gerações, ao combate à cultura do descarte e à valorização e escuta dos idosos.

Logo no início de seu pontificado, em julho de 2013, Francisco, da varanda do Arcebispado do Rio de Janeiro, durante a oração do Angelus, dirigida aos milhares de jovens de todo o mundo que haviam ido ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, aproveitou a oportunidade para refletir sobre um assunto que, desde então, se tornaria um dos mais recorrentes em seus discursos como Papa. Retomando o Documento de Aparecida, no qual ele havia trabalhado como cardeal, destacou: “As crianças e os idosos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas.”

Cultura da vida

Através de gestos, discursos, audiências e encontros inesperados, especialmente em viagens, o Santo Padre sempre faz questão de oferecer sua atenção aos anciãos, com respeito e afeto para os que vivem esta fase da vida. No discurso aos idosos durante o encontro de 15 de outubro de 2016, assim os definia:

“São como as árvores que continuam a dar fruto: mesmo carregados com o peso dos anos, podem dar a sua contribuição original para uma sociedade rica de valores e para a afirmação da cultura da vida.”

A sabedoria dos idosos

Durante uma meditação matutina na Capela da Casa Santa Marta, o Papa recordou uma experiência vivenciada por ele quando era bispo auxiliar de Buenos Aires:

“Era o ano de 1992 e o então bispo auxiliar de Buenos Aires, Bergoglio, estava para celebrar uma crisma quando se aproximou uma senhora idosa, de oitenta anos, com os olhos que viam além, com olhos cheios de esperança. E eu disse-lhe: ‘Avó, a senhora vem para se confessar? Mas não tem pecados!’. À resposta da senhora — ‘Padre, todos temos!’ — Bergoglio retorquiu: ‘Mas talvez o Senhor não os perdoe?’. E a senhora, forte na sua esperança disse: ‘Deus perdoa tudo, porque se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria!’”.

IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos 2024

Neste ano, em sua mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, celebrado no quarto domingo de julho (28/07), e próximo à memória litúrgica dos Santos Joaquim e Ana, avós de Jesus, o Pontífice ofereceu uma reflexão proposta do Salmo 71, “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9), voltando a tratar da rejeição na melhor idade, quando as pessoas enfrentam contextos de solidão e sentimentos de descarte:

“Neste IV Dia Mundial a eles dedicado, não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer ‘não te abandonarei!’ e de seguir um caminho diferente.”

Indulgência plenária

Por ocasião do IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a Penitenciaria Apostólica concederá indulgência plenária aos avós, idosos e fiéis que participarem das celebrações, conforme as condições habituais: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Papa. Esta indulgência também pode ser aplicada como sufrágio pelas almas do purgatório e os idosos doentes e todos os que, “impossibilitados de sair de casa por grave motivo, unirem-se espiritualmente às funções sagradas do Dia Mundial, oferecendo a Deus Misericordioso as suas orações, dores e sofrimentos da própria vida, principalmente quando as várias celebrações forem transmitidas pelos meios de comunicação social”, poderão lucrar a indulgência.

Com Vatican News