O ícone carrega uma história de 83 anos de devoção à Mãe do Perpétuo Socorro em Campo Grande
O Papa Francisco recebeu das mãos de Dom Mariano, bispo auxiliar de Campo Grande, o quadro com o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira de MS, o relicário com porções de terra de mais de 70 municípios do Estado, um ramo de oliveira e uma carta que conta sobre a grande mobilização dos devotos no Ano Jubilar do Perpétuo Socorro.
Segundo o site Vaticam News, a entrega aconteceu dia 09 de setembro, durante a visita ad Limina, realizada pelos bispos dos regionais Oeste 1 e 2.
A entrega do ícone ao Pontífice foi em agradecimento à concessão do título canônico de padroeira estadual à Mãe do Perpétuo Socorro, decretado pela Santa Sé em 2 de junho deste ano na esperança “que contribua a suscitar nos fiéis um profundo desejo de santidade”, fala o documento. Um reconhecimento que demorou dois anos para sair mas, aconteceu “pela providência” já que foi concedido em pleno Ano Jubilar do Perpétuo Socorro, ou seja, em memória aos 80 anos da inauguração da igreja local e também aos 100 anos de criação da novena em honra à Mãe do Perpétuo Socorro.
Um ícone ornamentado com os brasões das 7 dioceses de Mato Grosso do Sul e carregado de simbolismos já que os devotos de Nossa Senhora chegaram a fazer 18h de oração diante dela, um dia antes de ser entregue aos bispos, e se mobilizaram para compor um relicário em forma de cruz que também faz parte do quadro e leva porções de terra dos mais de 70 municípios do Estado.
O Mestre de cerimônias do Santuário Estadual, Luiz Antônio Rocha Amaral, contou ao Vaticam News que as porções de terras chegaram ao Santuário por correio durante o primeiro semestre deste ano, segundo orientações disponibilizadas a cada paróquia. Hoje, os diferentes tipos de terra viraram um memorial e o excedente ajudou a plantar uma oliveira em honra também ao Ano Jubilar.
“Nós fizemos o resgate de todas essas porcões de terra para que todos os municípios se fizessem presentes nas celebrações jubilares da padroeira estadual e, dia 4 de agosto, chegou o reconhecimento pontifício. Providencialmente, no dia 17 de agosto, todos os bispos estavam em reunião. Foi quando celebraram a novena no Santuário Estadual, lotada de cerca de 25 mil fiéis e devotos que semanalmente se reúnem em honra à Mãe do Perpétuo Socorro.”
O Arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, também falou ao site sobre o título canônico de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como padroeira de Mato Grosso do Sul.
“Num primeiro momento foi assinado o decreto do governador, reconhecendo a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como Padroeira do Mato Grosso do Sul, naturalmente contando com a aprovação dos bispos do Regional. Logo em seguida, escrevi para a Congregação do Culto Divino e eles confirmaram, do ponto de vista de Roma, essa decisão, de modo que nós temos o decreto pontifício reconhecendo a Nossa Sra. do Perpétuo Socorro.”
História do Santuário Estadual
A Paróquia de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro foi fundada em 1939, pelo então Bispo de Corumbá, Dom Vicente Priante, no promissor Bairro Amambaí, cujo traçado, elaborado por engenheiros militares, acompanha as linhas sinuosas da ferrovia. Assim, com a vocação para atender aos habitantes da margem direita do córrego Segredo, a Paróquia instala-se em meio ao conjunto militar, e fica sob os cuidados da Congregação do Santíssimo Redentor dos Missionários Redentoristas.
A Igreja foi construída em um terreno cedido pela Prefeitura Municipal ao lado das instalações do Circulo Militar. A inauguração da Igreja aconteceu no dia 03 de Agosto de 1941. Junto a Igreja, funcionou durante muito tempo o Seminário dos Redentoristas. No dia 10 de janeiro de 1999, o então Arcebispo de Campo Grande, Dom Vitorio Pavanello, publicou o decreto de ereção da Igreja a Santuário Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, motivado pelas tradicionais novenas que acontecem todas as quartas-feiras e reúnem milhares de pessoas.
Atualmente, todas as quartas-feiras acontecem 18 novenas: das 06h00 as 23h00, ininterruptamente. Além disso, o Santuário tem responsabilidade social. Foi criada a AFIM (Associação Redentorista Filhos de Maria) para cuidar da parte social.
Felipe Sidy, com informações do Vaticam News e Santuário Estatual